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Chase History

Série 200 e Série 1000 - O Martha Rocha


TioKira

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TioKira    6

Metropolitan Vickers – Série 200 o Martha Rocha 
MAFERSA/COBRASMA Série 1000 - a Série 200 Evoluiu 

S1000.thumb.jpg.11aa30b092859544e0a07c5741d4805f.jpgAbaixo a Série 200 Original > a Direita Série 1000 (Versão Modernizada de alguns trens da Série 200)

Série 200 na FNV em seu processo de montagem.

 

 

Série 200 na FNV em seu processo de montagem, por volta de 1957 em CRUZEIRO -SP. 

No início da década de 50, a Central passava por sérios problemas relacionados à sua infraestrutura, o que levava a operação dos trens estar longe do nível aceitável. Além de problemas de ordem de alimentação da rede e com a via permanente, o material rodante se degradava em passos largos, muitas unidades da Série 100 (primeiro frota elétrica dos subúrbios, adquiridas em 1937) estavam paradas, 18 delas eram tracionadas com auxílio de locomotivas e outras 40 conseguiam rodar, mas com muita precariedade. Com a população dos subúrbios cada vez mais aumentando e assim levando a superlotação das composições, que carregavam mais de quatro vezes a sua capacidade, chegava-se num momento crítico do transporte sobre trilhos no Rio de Janeiro. A Central queria priorizar investimento na aquisição de novos trens, então fez uma proposta de compra de 200 trens ao Governo, mas os problemas econômicos enfrentados pelo país na época não permitiram tal investimento. No entanto, os pedidos da Central seriam atendidos mais a frente, mas o número de composições  adquiridas seriam de apenas 100 novos trens. Foi feita uma concorrência para o fornecimento dos novos trens e a vencedora foi a inglesa Metropolitan Vickers que também havia fornecido os trens da Série 100, na década de 30.

Série 200 no Barrinha nos anos 70. Logo quando chegaram receberam o apelido de "Martha Rocha", Miss Brasil na época.

Logo quando chegaram da Inglaterra receberam o apelido de “Martha Rocha”, Miss Brasil na época.Nafoto, o Série 200 no Barrinha nos anos 70.

Foi decidido que a fabricante inglesa iria fabricar 50 unidades completas mais 50 carros motores, sendo obrigação da FNV (Fábrica Nacional de Vagões), Cobrasma e Santa Matilde trabalharem em conjunto para a fabricação de 100 carros reboque. Em 1954, os trens importados da Inglaterra começaram a chegar e até 1957 ficariam fabricados também os trens de fabricação mista (Inglaterra/Brasil), sob responsabilidade das fabricantes nacionais de material rodante. Os novos trens tinham a caixa constituída de aço-carbono, as unidades eram formadas por 3 carros, sendo os carros das extremidades reboques e o do meio motor (R + M + R), sendo possível realizar composições de 6, 9 e até 12 carros, um problema dessa série estava na sua máscara que não possuía reforço em casos de choque entre composições, pois uma acabava entrando na outra, ocorrência denominada encavalamento. Essa frota foi batizada como Metropolitan Vickers – Série 200 e possuía as seguintes especificações:

  • Potência: 1020 HPs;
  • Comprimento por carro: 22m;
  • Velocidade máxima: 90 km/h;
  • Aceleração máxima: 0,55 m/s²;
  • Capacidade por TUE: 655 passageiros;
Série 200 em Lauro Muller vindo de B.Roxo nos anos 80.

Foto: Série 200 em Lauro Muller vindo de B.Roxo nos anos 80.

Infelizmente, a Série 200 que chegava para ser a salvação a curto prazo de um sistema de trens que cada vez mais demanadava recursos devido à procura feita pela população carioca, acabou sendo vítima das imprudências dos governos e das direções das companhias que exerceram responsabilidade sobre ela e ao longo dos anos receberam a deterioração de suas unidades, como acontecera com a Série 100. No final dos anos 80, uma das últimas composições ativas circulava com formação única e pintura da CBTU no extinto Barrinha (serviço de passageiros já extinto feito entre Japeri e Barra do Piraí), o restante ou havia sido cortado ou estava encostado em algum canto esperando alguma reforma, sofrendo canibalização (processo de retirada de peças de um trem para outro). No início dos anos 90, a situação dos trens continuava crítica (mesmo com o advento de outras séries no período), e assim a CBTU mandou as unidades abandonadas que ainda poderiam obter alguma sobre vida para a modernização.

Série 200 após modernização virando Série 1000 em 1993.

Série 200 após modernização virando Série 1000 em 1993.

A Cobrasma foi responsável por esse trabalho em conjunto com a Mafersa, 30 unidades foram entregues entre 1992 e 1995, e rebatizadas como Cobrasma – Série 1000. Elas receberam uma nova máscara (sanando o problema de encavalamento), repaginação do salão de passageiros e a extinção da cabine de condução em um dos carros reboques, o que levou a restrição da formação em 6 e 9 carros. Até o ano de 1998, no período do final da operação estatal (CBTU e Flumitrens), as composições da Série 1000 rodavam basicamente como frota do Ramal Deodoro, com a chegada de composições modernizadas da Série 800 e 900 elas começaram a se dissipar entre os ramais de Santa Cruz e Japeri e com a entrada da Supervia passaram a rodar em todos os ramais eletrificados e passando a formar composições de 9 carros no Japeri. Ainda após a modernização, a Série 1000 continuou sofrendo com o desleixo de suas operadoras, sendo agravados o problemas dessa série devido a oxidação da caixa, fabricada em aço-carbono, e de sua vida útil ultrapassada (45 anos), já estourada no ano de 1999.

TUE Série 1000 da Supervia passando por Maracanã.

TUE Série 1000 da Supervia passando por Maracanã.

Atualmente a Supervia vem passando por um processo de renovação de frota e espera-se que a valente Série 200, atual Série 1000, seja aposentada até o ano de 2014. 

Abaixo: Foto de minha autoria das únicas unidades da série que ainda estão em operação. 

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FONTE: TRENSFLUMINENSES

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